Monday, August 30, 2010

paixão ~

" Há pessoas que adoram apaixonar-se.
(...) mas também há os que detestam envolver-se...sentem qualquer paixão como um perigo eminente de desagregação ou de vida. (...) temem perder o controlo;
(...) que o estado de paixão provoca um desequilíbrio que não acham devidamente recompensado, pelo que fruem de prazer em breves momentos.

(...) as paixões não acontecem casualmente, mas antes surgem e ganham corpo em momentos precisos da vida.
Momentos de mudança necessária, às vezes longamente preparada, ainda de que de forma pouco consciente.
Porque..na paixão conta pouco quem o outro é (...) o acto de enamoramento tem, antes de mais, que ver com o próprio.

Apaixonamo-nos quando somos capazes (...) quando encontramos um objecto ou um sujeito que sirva bem o nosso desejo.
(...) Julga-se que o movimento é sempre em direcção ao objecto desejável, mas às vezes, de facto, não é.
Às vezes, o outro é uma mera referência que está lá, distante e intocável, mas que serve, ainda assim, para nos investirmos, a nós, e nos disciplinarmos a ser mais parecidos com o que gostaríamos de ser.." -  Isabel Leal .

(cheguei a muitas conclusões com este texto..)
" ... Quem vive em guerra com o mundo vive mal.
Quem vive em guerra consigo mesmo vive pior.

(...)

Duas ou três coisas que se constituem como alicerces de identidade.
Esses têm de ser preservados
Esses têm de ser respeitados dentro e fora de nós.
Esses têm de ser defendidos dos ataques externos e, também e sobretudo, das pressões que nós próprios fazemos connosco, torcendo o que sentimos para ficar em paz com o mundo.

Tudo o resto (...) pode ser negociado. Pode ser dado, mudado, alternado, discutido..
Tudo o resto pode ser uma plataforma suficientemente larga para viver razoavelmente com os outros sem ter de se abdicar do que é essencial connosco mesmos.

Existe um fora de nós e um dentro de nós. Se o que está por fora é importante, o que está dentro acompanha-nos 24 horas por dia.
O que é demasiado tempo para estar em conflito... " - Isabel Leal


(a propósito do meu texto anterior...)

Notas para quem me lê

Conversas de Café/Pausas para pensar

Tenho a sorte ou o azar de trabalhar num dos pontos mais movimentados da cidade.
Centenas de pessoas devem passar por ali diariamente, sem sequer nos darmos conta.

É curioso que mesmo sem que me apercebesse, diversas pessoas, frequentadoras habituais do local, algumas conhecidas outras nem por isso, me foram observando, meticulosamente, reparando em detalhes meus que nem eu tinha considerado.

Chega a uma certa altura do dia em que gosto de me sentar sozinha. Comigo mesma. Com o meu café, com o meu livro.
De assumir eu a posição neutra de mera observadora, enquanto o mundo passa por mim na sua azáfama.

Apesar de adorar a eventual troca de ideias, desatinos e gargalhadas aparvalhadas com colegas e amigos, gosto de estar sozinha.
Não ter que disponibilizar nem os meus olhos, nem os meus ouvidos, nem a minha mente a quem quer que seja por alguns momentos.

Gosto do meu espaço. Imponho-o.
É nesse pequeno espaço em branco, nesse pequeno time-out na existência que estou consciente de mim mesma, plena.
É o ínfimo momento de claridade, no qual arrumo as minhas ideias e estados de espírito e assumo quem na realidade sou.
E nesse momento sou feliz.
Sinto-me confortável na pele que visto nesse dia..porque é a minha, bem ou mal.
Não tenho que me justificar para ser compreendida.

Para quem vê de fora questiona se a solidão aparente não será falta de opção ou sinónimo de infelicidade, medo.
Não é...
Embora reconheça a importância da presença de um elenco especial nas nossas vidas, acredito piamente que, às vezes, a luz de palco deve ser só nossa.

Já o ditado dizia "antes só que mal acompanhada", por vezes também se aplica.
E num momento tão precioso como é a minha introspecção, não me arrisco a deixar alguém interceder, seja a meu favor ou o que for.

De boas intenções o inferno está cheio.

Assim será, até me encontrar(es) e eu não mais precisar de espaços em branco e pausas para pensar...

MJ.
J.

Wednesday, August 25, 2010

Notas para quem me lê

A Vergonha:
Acredito que sentir vergonha ou embaraço aliado ao potencial receio de contrariar alguma expectativa, criada sabe-se lá por quem, é o que mais nos torna humanos.
Sentir vergonha, ter pudor, constitui no fundo, um acordar para o que nos rodeia, uma preocupação em tentarmos ser vistos pelos olhos do nosso mundo mais íntimo de forma abonatória. E até pelos nossos próprios olhos.
É admitir que, se calhar, ainda existem alguns valores em nós embutidos novamente sabe-se lá por quem, que DEVEM ser preservados e postos em prática enquanto formos seres erectos.

Eu acho que, se mais indivíduos efectivamente tivessem a noção do que é sentir vergonha, exercessem um raciocínio crítico e coerente, pensassem na sua forma de estar, enfim, pusessem em prática aquela velha frase "ter vergonha na cara", a nova geração de pensantes não estaria no estado caótico em que encontra.

Na prática, o mundo inteiro está-se nas tintas.
Se é bom ou mau, se é certo ou errado, que se lixe. Não há tempo!
Sentir vergonha, considerar a hipótese de parar e fazer aquela dissecação emotiva do que vai na mente e de como isso afecta terceiros alheios sob forma de acções, isso, implica muito, mas muito esforço mental.
Não há tempo. Para pensar sobre a realidade de nós próprios? Ah não.

Portanto o lema é: não tenho nada que sentir vergonha de mim mesmo, nem analisar o que faço.
O mundo que me ature ! E para aqueles que têm fé, Deus que me salve !

Sentir vergonha pode de facto limitar-nos.
Nem sempre é favorável para nós, mas tal faz parte do exercício, é O Exercício!
Admito que os meus momentos de vergonha de algo cometido, ou até da minha personalidade que, diga-se de passagem (...)!, são sem dúvida, dos mais vulneráveis que experimento.
A verdade é, ninguém me conhece melhor do que eu.
E eu, testemunha de mim mesma, sei quando devo sentir a famosa vergonha na cara, "desorgulhar-me" de algo que fiz e daí, decidir se o mantenho ou se corrijo.
Nem sempre opto pela melhor obviamente, mas vale o exercício.
De qualquer das formas a vida continua, mudando ou não..mas acho que talvez o mais aconselhável mesmo, é mantermo-nos o mais humanos possível.


Sentirmos vergonha, receio..valorizarmos o que é importante, quem somos e quem nos vê.
PENSARMOS. Não é para isso que serve a bendita massa cinzenta ?

- M'Jayes ~

Tuesday, August 24, 2010

Então, vai aquela dose habitual de Paciência ? - Não, obrigada, dá-me outra coisa !

" .... se se chega a descobrir que a Paciência, a atitude sensata, comedida, e expectante não conduz a lado nenhum, não gera, não é frutífera nem gratificante, alguém vai ter de explicar para que raio serve continuar a ter paciência !
A não ser que ter paciência signifique apenas aguentar a impotência, o que, temos de convir, não é coisa que se diga ou que se deseje a alguém. "
- Isabel Leal in Em teoria, o amor é sempre bom


Se alguém me tivesse informado que o meu bendito plantio de paciência e determinação não ia dar em porra nenhuma, não me teria dado a tanto trabalho. Mas isso nunca se avisa, apanha-se logo com as pragas e com a seca em cima quando menos se espera e pronto, assunto encerrado. Estamos todos bem, inteiros. por enquanto. M'Jayes ~
A Wise girl kisses but doesn't Love;
Listens but doesn't Believe;
and Leaves before she is left... "  Marilyn M. ~



Should have learnt this a while ago.

Thursday, August 12, 2010

" Sabe-se que um amor foi o primeiro quando ele continua a ser o único.
Ou quando se perdeu para sempre, mas ficou na memória, tantos amores depois.
Uma espécie de impressão digital, lembrada com uma doce nostalgia ou recordada com um amargo na boca.

E aqui, os detalhes contam.
Um gesto, um tom de voz, uma palavra dita de certa maneira, uma música, um acessório de vestuário podem espoletar, num momento ou circunstância, essa cena primordial, remetendo sem aviso para uma dimensão outra que, de uma forma singular, moldou a pessoa que um dia fomos...
Ou que ainda somos.." 

- unknown-


Sunday, August 8, 2010

...na vida todos queremos companheiros dignos à nossa altura, com quem partilhamos o sono, alguém que nos ampare, que nos entenda até quando não nos entendemos a nós mesmos, fará sentido depositar esse voto de confiança em alguém vulgar ?
Fará sentido moldar a nossa vida nesses termos ?

Acredito em ti quando dizes que Amor é renunciar logo à partida, a qualquer legitimidade e capacidade decisória em contrário.
Sei-o bem.

E também sei que embora o Amor traga consigo uma dose de dor e sacrifício, ele traz um conjunto de indicadores que fazem tudo isso valer a pena no fim.
(...)
Quem ama cuida. Quem ama ensina, quem ama partilha, quem ama sente medo e não indiferença ou frieza.
Quem ama procura aproximar-se, não despreza.


A mim não me amam nem me deixam amar.
Não me permitem qualquer conjugação desse verbo, porquê?
Antes soubesse, tornaria tudo mais fácil.

Estou numa cela emocional da qual daria tudo para sair, desprender-me desse Amor, bater-lhe com a porta na cara e nunca mais voltar.

Não consigo mudar embora já o tenha decidido, mas também não consigo voltar a ser quem era antes.
Sou tudo e nada ao mesmo tempo. Um grito no vácuo !
(...)
from " o último capítulo da Epifania sobre ... " - 07.08.10

Tuesday, August 3, 2010

purgatory.

...and when life started to seem a bit like Purgatory not leading anywhere, forgotten in the midst of the undefined..I pushed, I pulled, broke, kicked my way out and ventured beyond, like I always do, to heaven or hell,  it doesnt matter, I just needed to be Somewhere, flowing, not just stuck in the freakin middle.

I need my get out of "jail" free card
Don't tell me to breathe, don't tell me to wait, I want my exit card now.
Heaven or hell.. to venture beyond. Flow ~

M'jayes




" Tenho tentado aprender a ser humilde.
A aceitar os nãos que a vida enfia goela abaixo.
A lamber o chão dos palácios.
A me sentir desprezado como um cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes,
tomar um café e continuar... " 

(don't remember the author)